sexta-feira, 17 de agosto de 2012

BAIXA IDADE MÉDIA

1. Introdução
A Baixa Idade Média é o período da história Medieval que vai do século XIII ao XV.
Corresponde a fase em que as principais características da Idade Média, principalmente o feudalismo, estavam em transição. Ou seja, é uma época em que o sistema feudal estava entrando em crise. Muitas mudanças econômicas, religiosas, políticas e culturais ocorrem nesta fase.

2. Mudanças na forma de produzir
O século XIII representou uma época de avanços tecnológicos na área agrícola. O desenvolvimento do arado de ferro com rodas, do moinho hidráulico e a utilização da atrelagem dos animais (bois e cavalos) pelo peito representaram uma evolução agrícola importante, trazendo um aumento significativo na produção dos gêneros agrícolas.
Entre os séculos XI e XIII, ocorreu na Europa feudal um significativo aumento da produção agrícola em decorrência da expansão das áreas de cultivo e do desenvolvimento de ferramentas de trabalho e de novas tecnologias agrícolas. Florestas foram derrubadas, pântanos e lagos drenados e se construíram diques para barrar o avanço do mar, tornando tais áreas apropriadas à agricultura. 
A charrua, um arado de ferro com rodas, tinha maior durabilidade que o seu antecessor de madeira e permitia aos agricultores remover a terra com mais facilidade e em maior profundidade. Com a criação da colheira, o atrelamento dos animais deixou de ser per pescoço e passou a ser pelo peito, evitando que esse animal sufocasse, além de  aumentar seu poder de tração. A difusão do moinho de vento e do moinho d’água foi fundamentada, por exemplo, na moagem de grãos, substituindo a força humana.
A mudança da rotação bienal do cultivo para o sistema trienal aumentou a produtividade do solo. No sistema bienal, metade do terreno ficava descansando por um ano, enquanto a outra metade era cultivada. No ano seguinte, invertia-se  essa ordem, para que a área cultivada recuperasse seus nutrientes. Já no sistema trienal, a área de cultivo era dividido em três partes: uma descansava, na outra se plantava um tipo de cereal (trigo, cevada, etc) e, na terceira, um tipo de leguminosa (ervilha, por exemplo). No período seguinte, fazia-se um rodízio dos tipos de cultivo. O crescimento da produção agrícola teve como conseqüências diretas o aumento populacional e a geração de um excedente na produção.

3. Crescimento demográfico
O século XIII foi marcado também pela diminuição nas guerras. Vivenciou-se neste período uma situação de maior tranqüilidade em função do fim das cruzadas. Este clima de paz em conjunto com o aumento na produção de alimentos significou um significativo aumento populacional no continente europeu. Este crescimento demográfico foi interrompido em meados do século XIV com a peste bubônica, que matou cerca de um terço da população européia. 

4. As Cruzadas
Foram convocadas pelo papa Urbano II, em 1095, com o objetivo oficial de libertar a Terra Santa (Jerusalém) do domínio muçulmano. No entanto, outros fatores contribuíram para a organização das Cruzadas: canalizar o espírito guerreiro dos nobres para o oriente; o ideal de peregrinação cristã; o interesse econômico em algumas regiões do oriente e a necessidade de exportar a miséria em virtude do crescimento populacional. 

As principais conseqüências das Cruzadas foram:
- Reabertura do mar Mediterrâneo e o desenvolvimento dointercâmbio comercial entre o
Ocidente e o Oriente;
- Fortalecimento do poder real, em virtude do empobrecimento dos senhores feudais;
- O renascimento urbano.
Em suma, esfacelamento do sistema feudal.


5. Renascimento Comercial e Urbano
Quando retornavam das Cruzadas, muito cavaleiros saqueavam cidades no oriente. O material proveniente destes saques (jóias, tecidos, temperos, etc) eram comercializados no caminho. Foi neste contexto que surgiram as rotas comerciais e as feiras medievais. A saída dos muçulmanos do mar Mediterrâneo também favoreceu o renascimento comercial. Foi neste contexto que começou a surgir uma nova camada social: a burguesia. Dedicados ao comércio, os burgueses enriqueceram e dinamizaram a economia no final da Idade Média. Esta nova camada social necessitava de segurança e buscou construir habitações protegidas por muros. Surgiam assim os burgos que, com o passar do tempo, deram origem a várias cidades (renascimento urbano).
As cidades passaram a significar maiores oportunidades de trabalho. Muitos habitantes da zona rural passaram a deixar o campo para buscar melhores condições de vida nas cidades europeias (êxodo rural). Com a diminuição dos trabalhadores rurais, os senhores feudais tiveram que mexer nas obrigações dos servos, amenizando os  impostos e taxas. Em alguns feudos, chegaram a oferecer pequenas remunerações para os servos. 
Estas mudanças significaram uma transformação nas relações de trabalho no campo, desintegrando o sistema feudal de produção. Com o aquecimento do comércio surgiram também novas atividades como, por exemplo, os cambistas (trocavam moedas) e os banqueiros (guardavam dinheiro, faziam empréstimos, etc).   
Estes novos componentes sociais (burgueses, cambistas, banqueiros, etc) passaram a começar a se preocupar com a aquisição de conhecimentos. Este fato fez surgir, nos séculos XII e XIII, várias universidades na Europa. Estas instituições de ensino dedicavam-se ao aos conhecimentos matemáticos, teológicos, medicinais e jurídicos. 

6. Formação das Monarquias Nacionais
A formação das Monarquias Nacionais está associada à aliança entre a burguesia comercial e o rei, efetivada no final da Baixa Idade Média.O interesse da burguesia nesta aliança era econômico, pois o senhor feudal era um obstáculo para o desenvolvimento de suas atividades: impostos excessivos, pesos e medidas não padronizados e ausência de unificação monetária. Já o rei, que buscava centralizar o poder político, a classe de senhores feudais representava seu principal obstáculo (lembre-se que o poder político feudal era fragmentado). Para fazer valer sua autoridade era necessária a criação de um exército, formado por mercenários. Assim, a burguesia comercial passa a financiar a montagem deste exército. O rei passa a
superar o senhor feudal e a impor sua vontade. A centralização do poder político implica na unificação econômica: padronização de pesos, medidas e monetária -incentivando as trocas comerciais. A Monarquia passa a criar as Companhias de Comércio, onde o monopólio da atividade comercial ficará a cargo da burguesia.




quinta-feira, 12 de abril de 2012

Aos alunos da turma 703

RESUMO ESQUEMÁTICO
(Aula 11.04.2012)

1. Invasões Bárbaras (entre séculos III e V)
· Entrada dos povos germânicos no Império Romano.
· Clima de guerra e instabilidade >> ruralização do território >> Criação da prática do colonato, que depois de alguns séculos irá gerar o sistema servidão.
· Consequência: fim do Império Romano.
 
2. Realezas Germânicas / Criação do Reino Franco
· Chefes guerreiros acumulam riquezas, dominam grandes extensões de terras, tornam-se reis.
· Dinastia Merovíngia >> Meroveu (448) / Clóvis (482)
Dinastia Merovíngia: Expansão do Reino Franco. Criação de uma aristocracia (nobreza), que também se tornou hereditária. Início do sistema de vassalagem.
· Dinastia Caloríngia >> Carlos Martel (732) >> Pepino, O Breve (751) >> Carlos Magno (768) >> Luís, O Piedoso (781) >> Lotário / Carlos e Luís (843 - Tratado de Verdum)
Dinastia Caloríngia: Aliança entre a Igreja e o Reino Franco. Consolidação do território franco, transformação do reino em império. Consolidação do sistema de vassalagem.
· Consequência: Hibridismo cultural entre a cultura germânica e romana, através da acepção de costumes germânicos e da religiosidade cristã. Fragmentação do Império Caloríngio (Tratado de Verdum) e do poder entre reis e vassalos. Feudalismo.
3. Feudalismo
· Sistema que predominou na Europa entre o século X e XIII. É resultado do processo histórico de criação do Império Franco e esfacelamento do poder imperial, assim como, do processo de ruralização gerada pela instabilidade bélica.
· O nome feudalismo vem de feudo. Feudo: porção de terra doada entre nobres, gerando um sistema de alianças. Os nobres que doavam o feudo tornavam-se suseranos. Os nobres que recebiam o feudo tornavam-se vassalos e, por tal, tinham um pacto de fidelidade e honra com o suserano.
3.1 Sociedade feudal
· É composta em um sistema hierárquico, no qual não havia possibilidade de mobilidade social. A base do pensamento social está na religiosidade, que confirma e explica esta hierarquia. Assim, a sociedade era composta pela nobreza e camponeses e, misturado entre estes havia o clero.
· Nobreza: rei > grandes senhores > pequenos senhores > cavaleiros.
· Camponeses: servos, viviam nos feudos e estavam presos a terra; vilões, camponeses livres que viviam nas vilas; escravos, parcela diminuta da sociedade feudal.
· Burgueses: pessoas que viviam nos burgos (cidades medievais).
 
3.2 Economia feudal
· A economia feudal é prioritariamente agraria. Os domínios feudais tendiam a autossuficiência, ou seja, não produziam quase tudo o que era necessário ao seu consumo.
· O feudo era a base agrária na Idade Média. Este era dividido em manso senhorial, manso servil e manso comum. Os servos e aldeões, que viviam no feudo, tinham que pagar uma série de tributos aos senhores, tais como a corveia, a talha e as banalidades. Portanto, os camponeses sustentavam toda a produção econômica na Idade Média.
· O comércio não desapareceu, porém era uma atividade menor no mundo feudal, ocorrendo com maior frequência nos burgos. Era baseado na troca de mercadorias, já que havia pouca circulação monetária.
 
3.3 Cultura e educação na Europa feudal
· Com aliança a Igreja, a partir de Carlos Magno, a educação ficou concentrada na mão do clero, que monopolizou o ensino e o conhecimento adquirido na Antiguidade Clássica, remodelando-o de acordo com sua ideologia.
· Oensino era voltado para a formação eclesiástica, E as escolas eram junto as catedrais e monastérios e, somente os nobres as frequentavam.
· A língua oficial usada nos manuscritos eclesiásticos era o latim. Com o tempo, o latim se fundiu com línguas germânicas, gerando o português, francês, espanhol, italiano, entre outras. A música e a literatura andavam juntas, sendo transmitidas através das poesias e canções trovadorescas.
· A escultura e a pintura não usavam o rigor formal da arte da antiguidade clássica.

Para aqueles que quiserem adiantar as atividades:
LER PÁGINAS 33 a 39. Fazer os exercícios das páginas 35, 37 e 39 (ENTREGAR EM FOLHA AVULSA NA AULA DO DIA 17.04.2012).

terça-feira, 27 de março de 2012

A Importância da História


O termo História vem do grego e significa “testemunha”. História é a ciência que estuda a vida humana através do tempo, analisando a ação do Homem no tempo e no espaço. Através dos variados testemunhos deixados pelos nossos ancestrais, conseguimos reconstituir o passado, compreender o presente e precavermo-nos para o futuro. É o estudo do passado para entendermos o presente, mas de um passado vivo, que está presente em nós, uma vez que somos o resultado de tudo o que aconteceu.
Para muitos estudar história é apenas memorizar nomes e datas, mas é muito mais. Estudando História entendemos muito melhor o momento presente com a possibilidade de sermos cidadãos críticos com opiniões próprias a respeito do passado, do presente e do futuro.
Não devemos esquecer as nossas memórias, porque um país sem memória caminha desorientado, pois não conhece seu passado, não tem consciência do seu presente e não projeta perspetiva no futuro.
O ensino da História deverá essencialmente formativo, no sentido de formar pessoas críticas, ativas e cientes dos seus direitos e deveres. Esta formação não deverá ser dada exclusivamente em contexto de sala de aula, mas sendo a escola o local privilegiado onde se experienciam as relações entre a formação, os saberes, as práticas, os discursos, os grupos e os trabalhos quotidianos. É na escola que se tem a cota mais importante deste processo.